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Há nos vagalumes, argumenta Didi-Huberman, um sentido de comunidade que cria constelações cujo fim último é se reunir para o acasalamento. Estes insetos luminosos brilham avisando uns aos outros de sua existência quando a escuridão indicaria a impossibilidade do encontro. Não vejo uma maneira mais interessante de pensar atores e atrizes dedicadas(os) ao teatro, uma arte “menor”, sistematicamente desprezada ou rechaçada pelos sistemas de poder, ainda mais em um tempo político que tem se caracterizado pelo crescimento de ideias reacionárias e pela hipérbole dos meios.
Este livro propõe pensar nossa prática de atuação a partir dessa premissa e encará-la como uma produção de resplendores de resistência, de dissidência, de perfuração de brechas na continuidade de lógicas alicerçadas nos ciclos intermináveis do consumo.
André Carreira